Novos casos envolvem símbolos adotados por organizações perigosas

Hoje, o Comitê anunciou novos casos a serem levados em consideração. Como parte disso tudo, estamos convidando pessoas e organizações a enviarem comentários públicos usando o botão abaixo.

Seleção de casos

Como não podemos ouvir todas as apelações, o Comitê coloca como prioridade casos que possam afetar muitos usuários no mundo todo, que sejam de importância fundamental para o discurso público ou que levantem questões importantes sobre as políticas da Meta.

Hoje, os casos que estamos anunciando são:

Símbolos adotados por organizações perigosas

2025-015-IG-MR, 2025-016-IG-MR, 2025-017-IG-MR

Encaminhamentos da Meta

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O Comitê de Supervisão abordará os três casos a seguir de forma conjunta, decidindo se defende ou invalida as determinações da Meta em cada situação.

A Meta encaminhou três casos ao Comitê, todos relacionados a símbolos frequentemente utilizados por grupos de ódio, conforme definido na política Indivíduos e organizações perigosas, mas que também podem ter outros significados.

No primeiro caso, uma imagem publicada no Instagram em abril de 2016 mostrava uma mulher loira com a parte inferior do rosto coberta por um lenço. As palavras “Exército Eslavo” e um símbolo kolovrat estavam sobrepostos à cobertura facial. Embora o kolovrat seja uma variante de suástica e seja frequentemente associado a neonazistas, ele também pode ser utilizado por alguns pagãos, sem conotação extremista aparente. Na legenda, o usuário expressou seu orgulho por ser eslavo e afirmou que o kolovrat é um símbolo de fé, guerra, paz, ódio e amor. O usuário expressou a expectativa de que seu “povo acordasse” e declarou que seguiria “seus sonhos até a morte”.

No segundo caso, um carrossel de selfies publicadas no Instagram em outubro de 2024 mostrava uma mulher loira em diversas poses, usando um colar com uma cruz de ferro e uma camiseta estampada com um fuzil de assalto AK-47 e as palavras “Defenda a Europa”. A fonte Fraktur da camiseta é tipicamente associada a nazistas e neonazistas. A legenda da publicação trazia a runa Odal (ou Othala), um símbolo do alfabeto rúnico utilizado em várias regiões da Europa até ser substituído pelo alfabeto latino no século VII. A runa Odal foi apropriada pelos nazistas e é atualmente usada por neonazistas e supremacistas brancos para representar ideias ligadas ao que eles chamam de “raça ariana”. A legenda também incluía a hashtag #DefendEurope, além de uma imagem baseada em texto de um rifle. “Defend Europe” é um slogan adotado por supremacistas brancos e outras organizações extremistas que se opõem à imigração. Também é o nome de uma organização que a Meta classifica como um grupo de ódio, de acordo com sua política Indivíduos e organizações perigosas.

O terceiro caso envolve um carrossel de imagens publicadas em fevereiro de 2024. As imagens apresentavam desenhos de uma runa Odal enrolada em uma espada, acompanhados de uma citação sobre sangue e destino de Ernst Jünger, um autor e soldado alemão que lutou nas duas guerras mundiais. A legenda repetia a citação antes de compartilhar uma narrativa seletiva sobre a origem da runa, omitindo qualquer menção à sua apropriação pelos nazistas e neonazistas. Por fim, a legenda descrevia a runa como um símbolo de “herança, pátria e família” e mencionava que as impressões da imagem estavam à venda.

O conteúdo dos dois primeiros casos foi removido apenas após os especialistas da Meta revisarem as publicações em novembro de 2024, durante o processo de encaminhamento dessas publicações ao Comitê. Naquele momento, a Meta também concluiu que a terceira publicação não violava suas políticas.

Ao encaminhar esses casos ao Comitê, a Meta destacou que eles são especialmente desafiadores, pois, embora os símbolos possam não infringir explicitamente as regras da empresa, ainda assim promovem organizações e indivíduos considerados perigosos. Esses símbolos e outros semelhantes são utilizados por membros desses grupos como uma forma de se identificar e demonstrar apoio aos objetivos desses grupos. Essa é uma questão central que a política Indivíduos e organizações perigosas da Meta busca tratar. No entanto, a Meta expressa preocupação de que a proibição total desses símbolos possa restringir debates sobre temas como história, linguística e arte.

O Comitê selecionou esses casos para avaliar se a abordagem da Meta na moderação de símbolos que podem promover organizações perigosas também respeita a liberdade de expressão dos usuários. Esse caso se enquadra na prioridade estratégica de Discurso de Ódio contra grupos marginalizados do Comitê.

O Comitê gostaria de comentários públicos que abordassem:

  • Como a Meta deve tratar símbolos com significados múltiplos ao fazer análises em grande escala, considerando que a revisão dos especialistas da empresa é limitada. 
  • A importância e a prevalência da runa Odal/Othala e do kolovrat, especialmente nas mídias sociais.
  • Até que ponto os símbolos pagãos e rúnicos, de maneira geral, foram apropriados por supremacistas brancos e neonazistas, e até que ponto ainda são utilizados em contextos não extremistas.
  • Formas pelas quais o conteúdo neonazista e extremista pode ser disfarçado para evitar a moderação nas mídias sociais.

Como parte de suas decisões, o Comitê pode emitir recomendações de políticas para a Meta. Enquanto as recomendações não forem obrigatórias, a Meta deverá respondê-las em 60 dias. Como tal, o Comitê está aberto a comentários públicos que proponham recomendações que sejam relevantes para os casos mencionados.

Comentários públicos

Se você ou sua organização acharem que podem contribuir com pontos de vista pertinentes que possam auxiliar na tomada de decisão em relação aos casos mencionados hoje, use o botão abaixo para enviar a sua contribuição. Lembre-se de que comentários públicos podem ser fornecidos de maneira anônima. O envio de comentários públicos ficará disponível por 14 dias, encerrando às 23h59, horário padrão do Pacífico (PST), na quinta-feira, 27 de fevereiro.

Próximos passos

Nas próximas semanas, os Membros do Comitê vão deliberar sobre esse caso. Assim que chegarem a uma decisão, faremos a publicação na página Decisões.

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